terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Espera, decepção e escrita.

Vontade de escrever. Escrever, escrever, escrever... até a semana acabar, até você decidir ceder, até eu esquecer seu gosto. Escrever com intuito de me perder entre linhas e palavras, escrever para tentar me reorganizar ou explodir de uma vez. Pois é difícil guardar tudo em forma de sentimentos e ideias. É difícil essa cobrança de mim mesma para deixar tudo sereno, tudo visível. É difícil tanto embaralhamento e mais sofridamente não por um erro seu, ou uma palavra errada, mas sim por a ausência disso tudo, a ausência de você e de qualquer palavra. Quando tudo que você deseja é uma palavra, quando você fica na espera por uma manifestação qualquer, mínima que seja, de carinho ou preocupação, quando você fica na expectativa por saber como foi o dia dele, com que expressão facial ele está, o que foi capaz de lhe proporcionar alegria ou inibir seus prazeres; quando você direta ou indiretamente fica na base de aguarda mas ninguém nunca chega, quando o caminho é vazio e nenhuma novidade lhe chega para te confortar, nenhuma palavra para te entusiasmar, e esse silêncio mata cada vez mais suas esperanças e sua vontade de continuar esperando, é o fim? É dado o momento de você abandonar a praça da espera e partir para qualquer outro caminho, nem que seja o de volta para casa? Quando você não tem como obter uma resposta para essa pergunta pois a única pessoa que poderia te dar uma certeza exata do que fazer está imóvel, calada e distante, o que lhe resta? Vá, se mova, ande para lá, para cá, saia do lugar, com ou sem direção, abandonando lembranças e sonhos, abandonando o silêncio. Você agora precisa de uma voz, um barulho, uma ação. Pessoas de atitudes. A noite está vazia demais e quanto menos você tem dele, seja de presença ou de notícias, você sabe, menina, a noite fica mais vazia ainda. Então escreva sobre essa sua dor e raiva pela insegurança e aparente covardia de quem você ainda espera. Escreva, pois é ruim guardar tudo isso em formas abstratas dentro de ti. Escrever para não se perder, transformar textos para não transformar-se em uma pessoa mais gélida.

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