terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Será que existe amor ao meu redor?

Será que conseguirei ser amada? Mais que isso, será que, além de nos sonhos, em alguma dimensão realística, o amor que alguém sinta por mim seja recíproco? Será que esse amor já existiu, existe ou ao menos vai chegar a existir? Seja por essas bandas de São Paulo, de Rio Claro ou de Janeiro, do Nordeste, do Rio Grande do Sul ou outros mundos? Será que algum dia este amor vai existir? Quantas cartas escreverei por amores em vão, sentimentos desgastados? Quantas palavras com destino a corações  que acabam sendo acolhidos por outros, quantas músicas (re)escutadas em vão, perdidas no tempo e no espaço, como palavras ao vento, como Cássia Eller? Quantos Brunos pela minha vida vão passar? Tiagos e Rodrigos? Sem eu nunca souber se, realmente, me fariam sentir tudo que eu quero, me dariam toda a história romântica que  desejo. Quantos Lucas para me fazer quebrar a cara e destruir minha armadura? O quanto Frejat estava certo e o quanto aquela música me resume, "enquanto ela não chegar"? Quantas vezes vou ter que passar por essas três pistas, admirando suas luzes, suas lembranças, escutando as estações de rádios, até ser amada por completa? Quando, por fim, vou sentir desejo completo de um corpo inteiro sendo dissipado para mim? Será que esse dia vai chegar, quando eu me entrego e ganho, troco energias proporcionais e não preciso mais ficar imaginando como seria porque simplesmente é? Será que vou ter os domingos de família e tudo o que todos sempre tiveram e eu nunca tive? Por que é tão difícil imaginar isso em qualquer dimensão realística? Até nos meus sonhos fica meio colorido demais, com nuvens demais, com um fundo de girassol e um vocal de Shinny Happy People - ou seja, nada convincente.

domingo, 18 de janeiro de 2015

metas de ano novo

Mantenho um blog secreto com minhas histórias não tão secretas, sentimentos bonitos e vergonhosos, memórias eternizadas por se transformarem em frases, textos, poemas. Quando eu tinha menos idade e mais tempo, valorizava mais essa minha vontade, meu abrigo nas palavras, meu esconderijo e aterro de sentimentos confusos. Não quero me transformar naqueles adultos chatos, frios, sem tempo, sem textos, sem dramas. Não quero neutralizar tudo em minha vida, sem deixar rastros de cada experiência, aprendizado, loucura. Minha meta para este ano é conviver mais com meu lado escritora (secreta),  embora me desempenhando mais que sempre no meu bióloga, trabalhar no meu eu que lida com relacionamentos, educar minha alimentação, ser feliz em uma nova formação de república, dar chance a todas as oportunidades que me aparecerem entre outras coisas de listinha de carteira. Uma das minhas metas para 2015 é resgatar meu lado sensível e minha constância de 2010. É revirar o fundo do meio peito e ver se eu acho um pouco da menina adolescente.

memórias e piscinas sujas

Matei, naquela piscina, todas as esperanças. Fiz esquecer as músicas dos anos passados, as danças que não foram dançadas, os beijos dados, os que ficaram na dívida. Uma atitude que me fez sentir suja, mas foi preciso para então estar de alguma forma mais suja do que estava me sentindo por dentro: suja da sua saudade. Beijei aqueles lábios, mais uma vez, por raiva. Beijos pela sua ausência, seus compromissos, suas meias palavras, seus sumiços e surpresas, pelas nossas histórias que tinham que ter fim. Não esqueci os anos passados, as danças, os beijos, mas estou mais tranquila. É mais aceitável, agora, que você não voltará. Eu selei isso com um beijo, que aconteceu em parte das lembranças que me remetem à você.