domingo, 13 de janeiro de 2013

Descontrole

Às vezes me pego tentando controlar meu corpo. Ele tem vontade de ir, sem nem precisar saber por que e o que fazer, mas simplesmente ir: me jogar no corpo dele e trocar calor. Encaixar os braços num corpo só, já compactado. Beijar a sua pele e doar a minha para sua barba, enquanto meus hormônios pedem contato. Deslizamento. Colisão. Dança da barba no meu rosto e das minhas mãos em suas costas, acompanhando o ritmo de seus dedos no meu braço. Percebo que estou controlando meus lábis, quando começa a imitar a forma de um beijo. Percebo que preciso tanto desse beijo novamente... E lembro que não há motivo para esse sentimento. E vem uma mistura de paixão com ânsia. Brigo com meu cérebro por falhar na função de ser racional, ele tem que entender como o dono desse corpo é otário. E que não há nada que eu admire nele, logo, não tem por que o querer tanto. Nada faz sentido...

A vida é tão rara

Tentam embutir valor em objetos, pedras e até pessoas. Se esquecendo de quanta maravilha está espalhada por aí, seja simplesmente existindo, escondidas por esse mar de capital, ou de forma mais abstrata, quando feitas, nascidas, cometidas: nas simplicidades que são produzidas pela origem de um beijo (com paixão), o encontro de dois braços num abraço (encaixado), risadas sinceras e barulhentas, substâncias químicas liberadas pela máquina natural do nosso corpo quando sentimos, quando fazemos algo que nos dá prazer. Agradeço a endorfina. Agradeço por viver. Pela existência e pela profundidade dela. Não há tempo a perder tentando mudar as coisas mais bonitas, rotulando, moralizando e desmoralizando, controlando sentimentos... a vida é tão rara!

Ele, mesmo sem saber.

Sabe, eu sei que tenho que esquecer ele e sei que não há motivo algum para eu gostar dele, por isso às vezes acho que, na verdade, eu não gosto. Não consigo pensar em uma coisa boa dele, de imaginar eu com ele um dia com algo sério, porque ele é muito imbecil e podre. Mas eu só queria que o tempo congelasse por um momento e poder ficar com ele... mais uma vez. E poder ficar com ele por mais tempo, sabe? Um beijo não é mais suficiente, sei lá. Tocar, deitar no peito, cheirar o cabelo, dormir abraçado mais uma vez, explorar o corpo todo. Dai, depois, beleza, o tempo volta ao normal e ele esquece disso tudo. Não precisaria lembrar, seria melhor assim: eu poder aproveitar ele da maneira máxima possível. Sem ele saber. Nem lembrar. E depois eu não ter que encarar ele de novo, muito menos ficar pensando no que ele pensa, se ele lembra disso, se tudo isso significou alguma coisa para ele como significou para mim. Só queria ficar com ele intensamente, porque não adianta tentar com outros corpos neste momento...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

bioquímica vs meu tempo

Odeio a palavra "obrigatória". Quem estipulou o que eu deveria absorver? Quem determinou o que deve ser o certo e necessário para mim, para minha formação? Não me conhecem para classificarem como obrigatória uma matéria do meu curso da Faculdade. É algo tão simples e ao mesmo tempo tão invasor. Não sabem que profissional eu quero ser, para quais fins eu quero que sirva o meu conhecimento. Quem ou o quê ditou as regras? As leis, as boas maneiras e os bons costumes? Por que preciso mastigar tudo isso e depois vomitar, já que não me servirá? Por que tanto sofrimento a toa e tempo desperdiçado? Tempo o qual eu poderia utilizar fazendo algum bem, trabalhando como quero ou estudando mais profundamente um assunto que realmente me interessa, que eu quero aprender, me qualificar e utilizar como ferramenta de trabalho para então trabalhar nas mudanças que quero ver no mundo. Quantas perguntas... e ainda tenho que prestar atenção no acetil Co-A.