segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Que seja dessa maneira.

Espero ser interpretada diferente, considerada diferente, receber uma intensidade diferente. Que o toque fique, que a lembrança seja nítida, que o cheiro retorne, que o beijo conquiste. Que não haja mais ninguém, que os planos mudem, que você volte. Que a cada palavra seja uma porta, que concordemos, que discordemos, que debatemos. Diferente de todas outras, vou voltar a gritar com você e, como você gosta, te confrontar. Vou te enfrentar, vou me impôr, vou ceder. E quero que seja do mesmo jeito, e do jeito diferente. E que não seja exatamente desse jeito, por mais que eu queira, por mais que eu queria que você queira. Mas que seja. Por favor, que seja!

domingo, 21 de novembro de 2010

Ela, de novo.

Vou falar um pouco dela, de novo. Ela era tanta coisa, que não seria justo escolher apenas algumas das suas características para defini-la; e era tanta coisa, que não teria como falar de tudo, cansaria rápido.
Pensava que conhecia-se. Seus gostos, ideias, limites... Até se encantar pelo improvável. Coisa difícil, sem sentindo ou fundamento. Já viu uma parede sentir? Um chinelo decidir? Uma coberta enxergar? Não soa infantil só em pensar nessas possibilidades? Mas era tipo isso. Como aconteceu? Centrada ela nunca foi, mas media sua loucura.
Um dia leu em uma revista científica que a ciência explica por que mulheres fazem escolhas idiotas quando se trata de homens. Isso a tranquilizou; era mesmo inteligente. Inteligente demais para tamanha burrice. Mas um tanto quanto inexperiente, inconstante, inconsequente, desleixada, despreocupada; agarrava o lhe vinha sem pensar nas consequências nem se importar com o gosto: doce ou amargo, queria arrancar a raíz dos sentimentos.

É assim;

É como se seus beijos nunca fossem suficientes. Digo, suficientes para a minha ânsia, meu desejo enorme por você. É como se a cada toque dos nossos lábios, acendesse em mim todos os mais ardentes sentidos, e como se eu tivesse que te devorar no mesmo instante. Assim, sem pensar, por instinto; puro desejo – algumas amigas minhas preferem vodka pura, mas eu ainda prefiro esse desejo puro; ardente e forte da mesma forma, viciante também. Mas, ainda assim, nessa tentativa de devoração, a cada fôlego perdido, batimento acelerado, desejo sendo consumido, parece-me que procuro algo. Como se eu tivesse que por obrigação encontrar algo que estivesse escondido em sua boca. Nos seus lábios, na sua língua, mais a fundo, não sei onde, mas a cada segundo de beijo sinto com mais intensidade que tenho que encontrar o oásis. É como se eu precisasse beijar os seus beijos, se não for tão difícil de entender. É como se, a cada beijo nosso, eu precisasse de mais. Desperta um desespero aconchegante, atração no significado da física. É como se, enquanto nos beijamos, eu mergulhasse na tentativa de encontrar tesouros no fundo do oceano. E por mais que você me mostre um navio subterrâneo lotado à ouro, eu ainda tivesse que ir mais a fundo, pois procuro algo e tudo que você me oferece ainda não é o procurado.
Talvez, quem sabe, tudo isso seja algo simples. Ou simplesmente estranho. Acho que te amo tanto e amo tanto o que há dentro de você, que seu o seu corpo se torna insuficiente. Quero ir a fundo e mais do que amar seus braços e amar beijá-los, amar seu rosto e seu corpo todo e gostar do seu físico, amo seu interior. Deve ser isso, visto que sempre fui apaixonada por sua sabedoria e cultura e inteligência e graça e moral e personalidade e comportamento e simplicidade e todas suas características. É como se eu precisasse sentir tudo isso, como se meus beijos precisassem chegar até tudo isso, não limitamente ao seu corpo e à sua beleza; como se eu queresse beijar tudo isso. Assim, como uma apaixonada que quer te beijar, mas beijar você "mesmo".

sábado, 20 de novembro de 2010

Como amiga e como mulher.

Garota sorridente, mulher que se valoriza, menina de família; que gosta de ler e ainda é boa em matemática! Tímida e quieta, simples, extrovertida com quem merece e a cativa. Gosta de música e prefere o acústico, fã de violão, cenário de praia, pôr-do-sol e uma fogueira ao som das cordas. Amante de uma boa conversa, do frio, da chuva, do filme e do chocolate. Não banaliza o amor, poucas pessoas a encantam. Explícita no papel, amiga do piano, fã do solo e dos Beatles. Gosta da natureza, dos animais, especialmente do seu cachorro; de surpresas, de aventura e do Inter. Fotografias, abraços, tudo que gosta, agarra. E tudo que não gosta, apenas dispensa. Não se limita em discrições e por isso nem tento defini-la. Sei disso e sei de muito mais, das suas preferências e das suas ideologias, gosto dos seus conselhos e das suas graças. Te admiro como amiga e como mulher! E te amo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quantas vezes.

Sinto pelos outros. Fico feliz por saber que quem gosto está feliz, fico feliz ao ver o brilho nas palavras, a intensidade forte da alegria de alguém querido. Fico triste quando quem gosto está triste. Quando percebo um olhar cabisbaixo, uma palavra fria, uma atitude diferente. Choro quando vejo quem gosto chorar e temo quando ouço sobre seus medos. Não sei se é um valor, algo bom, especial, ou se bobeira, defeito, devo mudar. Mas sei que me toco e sou sensível em relação à quem tem forte importância para mim. Esqueço os laços, não é porque faz parte da minha rotina de convivência ou tem o meu sobrenome que vou me importar. Mas quando me importo, quando conseguem de mim a confiança e o apego, viro sensível a cada sentimento desse conquistador. E quantas vezes até por pessoas que não sabem. Quantas vezes me confortei pela alegria de quem nem sabe o quão bem me fez só por algumas palavras sinceras, soltas pela felicidade, ou sorrisos sinceros que simplesmente escapam e ninguém percebe? Quantas vezes chorei por ser atingida pelo que acerta outro alguém. Quantas vezes.. quantas vezes pensei nos motivos, na segurança, no medo, nas dificuldades, nas situações fossem elas quais fossem. E quantas vezes sentiram isso por mim?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Opções.

Queria ser fixa. Sem andar, sem correr, sem cair. Mas essa vontade passa e eu prefiro cair porque eu prefiro me movimentar. Tenho opções. Posso te ligar só para ouvir a sua voz, ou esperar a sua ligação. Podemos não nos falar. Posso voltar para aquilo que eu já tinha decidido superar, ou me desfazer de todas as lembranças. Posso voltar para a minha cidade natal, esquecer de tudo e todos, de tudo que sofri e de todo sentimento que alimentei por este ano, de todas as pessoas que instalei em minha vida e não devia. Posso começar uma vida nova, mas não é muito novo quando algo velho faz parte disso, né? Posso me arriscar mais uma vez, mas seria tão doloroso... E eu já conheço a dor que viria depois e no dia que deixei de sofrer, decidi não voltar mais para o inferno. Estava bem longe do fogo. Posso ficar quieta, só esperando as coisas acontecerem, mas isso seria ceder ao comum, ao normalismo, à uma ideologia diferente da que carrego comigo. Deixar de ser à pele toda a minha personalidade, poderia me trazer danos no futuro. Mas foda-se. Poderia, faria, talvez, quem sabe... estou cansada disso! Agora eu quero é que me procurem e procurem tudo que eu possuo em cada parte de mim, desde o espírito aventureiro à caracterstica do intenso. Eu não quero e não vou mais pensar nas opções.

Tanto medo, tanta raiva.

Eu tenho tanto medo disso não passar. No fim, parece que nunca passou, nunca superei, a maré apenas acalmou. Eu simplesmente amadureci, eu compreendi que era o fim e que não restava nada a fazer. Me encontrei no lugar que estava, e foi bom, pois tirei da minha cabeça todas aquelas ilusões de estar sempre um passo a frente, quando, sempre, na verdade, eu não estava. Eu nunca estive em nenhum lugar, eu nunca estive para você, nunca na sua frente, nunca para você. Eu estava realmente feliz por ocupar meus pensamentos com outras pessoas e outros problemas, mas isso se trata apenas de substituição. Superação, o que tanto me esforcei para no fim conseguir dizer, sinceramente: "consegui", nunca aconteceu. E eu tenho tanto medo de nunca conseguir. E o meu lado racional entende que eu ainda tenho muito a viver, muito a conhecer e muito a descobrir. Mas eu tenho tanto medo de uma parte sua ter colado em mim e eu não conseguir arrancar por nada nunca! E é nessas horas, depois de um considerável tempo pensando que eu estava bem e que tinha superado de uma vez por todas, que tenho tanta raiva de falhar. Me sinto inútil. Fraca. Eu não devia ser assim! Eu devia ser sincera quando dizia me importar mais com outro. Mas isso é temporário. Eu tenho tanto medo de acabar sempre voltando para você... e você? Faz isso de propósito? Ou eu sou realmente louca? Porque todas suas evidências não podem ser interpretações erradas minhas, eu sou boa em interpretação! Você não é um cálculo, se fosse, aceitaria logo não entender e desistiria de uma vez, como sempre faço nas exatas. Mas você é tão decifrável e indecifrável, é uma mistura de histórias com caracteristicas, que se fundem, tornando sua personalidade cada dia, com cada experiência e palavra solta de sua boca, mais incrível. E eu tenho tanta raiva em sair do equilíbrio quando você, com todo seu estilo e perfeição sem ao menos tentar ser perfeito, passa por mim; ou passa longe, mas o vejo. E tenho tanta raiva dessas recaídas ridículas e um tanto quanto infantis, admito. Tanta raiva dessas lágrimas corridas sucessivamente, uma atrás da outra; e tanta raiva de colocar música e tanta raiva de escrever. Tanta raiva de ter deixado esse sentimento tão absurdo e lindo e sem sentido e inútil crescer!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Preferi assim.

Depois de refletir e lembrar de todos os meus casos, meus amores, meus erros e minhas decepções, decidi voltar atrás e falar com ele. Aquele com quem eu não tinha aceitado me envolver, mas ainda assim me envolvi e houve histórias, um caso, erros e decepções. Enfim, eu preferi assim. Preferi tentar de novo, mesmo sabendo que pode ser que ele me machuque, mesmo estando um pouco óbvio o final da história e que haverá uma próxima decepção. Mas eu preferi assim, porque eu prefiro ser iludida por alguém do que por mim mesma. Eu cansei de me auto-destruir, prefiro deixar com outro essa tarefa. Seja egoísmo, seja mais um outro dos meus constantes impulsos, seja que amanhã eu mude de ideia. Eu cansei de sempre escrever histórias sozinha e decorar minhas próprias decepções. Que seja outro que o faça, agora.