sexta-feira, 18 de março de 2011

Querendo retornar.

Por que essa sensação, agora? Eu estava tão bem sem você, sem seus pedaços, seus mastigados. Estava tão bem não estando bem por outras pessoas. Estava tão orgulhosa de mim mesma, por ter conseguido o que por momentos parecia tão inalcançável. Não só eu. Era bom ouvir de outras pessoas um "como você conseguiu?" e sentir o orgulho delas também, "nossa, como você é forte, é corajosa". Por que isso, agora? Por que sonhar de novo? Por que, inconscientemente, te procurar? Estava tão bem as noites bem dormidas, por que a insônia, de novo? O pesadelo era cruel e eu nunca escondi que o foi. Sempre soube que fui fraca, sim, tiveram momentos que tudo era mais forte que eu mesma, nunca disse o contrário, para quê o castigo, então? Acontece que eu consegui achar forças. E superei. E estava tudo bem. E nem um pouco de atenção eu necessitava te dar, nem um mínimo de energia me puxava para você. É um teste? Segunda fase? Só mais um teste para eu provar para mim mesma que sou capaz, e sou capaz de mais, porque conseguiria superar duas vezes o mesmo tormento? Não quero, obrigada, não estou em condições. Não tenho tempo de pensar, de fugir, não tenho direito de escolher. São fatos. Minha vida está completamente diferente, meus propósitos, minha mente. Não há tempo para brincadeirinhas, falta de sono, dias de músicas e escrever textinhos. No passado era gostoso, eu me deliciava com o desafio, até com o sofrimento. Eu podia, e tinha consciência quando fazia, perder tempo e ótimas coisas e oportunidades, por banalidades, besteiras, irrelevâncias. Eu ficava mesmo, atrás das coisas mais bestas, mesmo sabendo que não iria ter retorno, nada tinha nem propósito algum. Mas agora é diferente. Meus sonhos são planos e meus planos são metas. Não estou para brincadeira, não estou querendo me testar, testar meus limites, loucuras ou grandezas, o quão impulsiva, corajosa ou forte sou. No passado era legal, mas agora é outro clima. Já me provei o suficiente, o que me interessa agora é saber se sou capaz de conseguir realizar meus objetivos, se sou forte para aguentar tudo que trago como consequência de antigas irresponsabilidades. Realizar meus planos, ser o que quero ser, estar a um passo mais próximo do meu futuro tão sonhado e até idealizado. Não, não quero mais saber porquê todas essas sensações bateram na porta, pedindo para entrarem, de um jeito mais cuidadoso, admito, diferente de antes, que iam desorganizada e violentamente arrombando portas e mudando tudo do lugar, se instalando de vez em mim; mas ainda assim, com a mesma carência e ponta de sagacidade, implorando para o retorno à ruína. Tipo droga, sabe? "Vem, vai ser bom, lembra como era bom? Só um pouco, uma vez só, só reexperimentar, não custa nada, vamos, não sente um pouquinho só de saudade, não de mim, a droga maldita que te fez tanto mal e agora você sabe, mas das sensações ótimas que eram provocadas quando cedia e me ingeria de forma completa?" É, quando eu comparo você com drogas, é mais do que a melhor metáfora possível. É exatamente como tudo acontece. Pode parecer superficial, mas eu sinceramente sinto como se entendesse os viciados. Enfim, não quero retorno, não quero entender por que tudo começou a querer voltar, só quero continuar do jeito que comecei: firme. Sem você, sem sua saudade, sem, principalmente e tão precisamente, recaídas. E sem ter que te evitar de uma forma tão obrigatória. Admito que em certa parte, preciso de você. Até porque, meus planos e metas precisam de você, não eu, meus planos e metas; mas natural, só por favores. Sem sentimentos.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Essência.

Cada palavra difícil sua me orgulha, seu vocabulário e sua forma de se expressar. Sinto saudade de algo que conheci por apenas algumas horas, sinto falta de seus impulsos, seu volante. Talvez eu tenha que apagar tudo mesmo, cada fio que me liga à você, mas é tão difícil pensar em aceitar essa distância, por mais consistente que ela já esteja. Continuo sempre voltando a te admirar, e muito. Admirar essa sua essência que me atrapalha toda. Admirar sim seus cabelos e seus olhos cintilantes e sua barba e seus braços tão rijos. Mas isso tudo eu consigo controlar. Consigo desfazer imagens, inventar imperfeições, ou simplesmente pensar que nenhuma dessas qualidades compensa certas atitudes. Mas quando começo a me desmanchar ao admirar sua essência, não tem como demarcar limites. É algo que ocorre irremediavelmente. E me atrapalha toda. Todo seu saber, suas músicas, sua medicina, seus assuntos com o melhor amigo. Maldita essência, tão bela e admirável, profunda, que me faz voltar sempre a ouvir a música que tocou naquele dia 12 no momento do ósculo contrário da temperatura externa provocada pelo seu ar; que me faz sempre querer te dizer o quanto te admiro, te dedicar a música, te dizer novamente e tão sempre que "tenho tanta sorte em saber que alguém como você existe..."