quarta-feira, 26 de agosto de 2015

I knew the moment had arrived

Coisas que poucas pessoas conseguem entender é o sentimento de um fã. Sentimentos que poucas pessoas conseguem explicar são aqueles que abrigam o peito de um fã. Quem é emocionalmente ligado a alguma pessoa ou qualquer tipo de arte,  artifícios, ser ou peça, pode compreender este texto: que é um texto de fã, pra fã. Especificamente, do nosso guitarrista, compositor, cantor e donos da barba branca preferida.  Eu me lembro muito bem que meu primeiro CD do Pink Floyd foi o P.U.L.S.E, mas não me lembro especificamente em qual aniversário o ganhei, provavelmente na casa dos 17.  Se eu não era apaixonada antes, foi a partir daí que me tornei. Embora estejamos tratando aqui de um grupo bem suspeito para a autora que vos escreve (leia-se grupo musical preferido),  com Green Is The Colour,  WOT'S... Uh the Deal, When The Tigers Broke Free e outras inúmeras canções que eu amo demais, posso falar que meu álbum preferido é o The Wall: esse conceitual que ultrapassa todos os limites de música convencional com a qual estamos acostumados. (destaca-se aqui a incrível e tocante versão em Berlin de Mother). A história inteirinha do álbum me apaixona, os vocais, os solos. E posso dizer que, até hoje, 1º de abril de 2012 foi um dos melhores dias da minha vida e aquele show do Roger Waters foi de espetáculo para mais. Uma obra de arte. Quem é fã entende. Eu sentia gratidão em cada segundo de show, por estar viva e por ter o privilégio estar ali, pelo presente que era estar viva e vê-lo ao vivo. Lembrava-me de tantos outros ídolos que eu amaria poder ver de perto, mas já se foram.  Eu amei cada segundo daquele dia como amo cada segundo do álbum e como eu admiro de diversas formas o Waters, o The Wall, o Pink Floyd. Neste mesmo ano, lançamos uma campanha "David Gilmour, come to Brazil". Eu tive que ouvir de meu amigo, aquele que me apresentou Pink Floyd no colegial, que isso era uma grande perda de tempo e que era impossível ele vir para cá. Primeiramente devido sua inatividade, depois, ele nunca veio. Brasil, nunca. Poucas pessoas compraram a ideia. Poucas pessoas acreditaram, mas poucas continuam sendo algumas. O pouco existe, o amor de fã também e este é inexplicável. Quem é fã entende. Não sei se todos nós só queríamos tentar para poder ter nossa consciência limpa com o "eu tentei", se para contar história para os netos ou se, no fundo, realmente acreditávamos na ideia. Eu estava na Universidade, quando recebi a notícia de que Polly Samson (esposa de David) relatou no twitter que assistiu ao vídeo e insistiria para que ele também assistisse. Mais feliz que eu talvez só o André, que sonhou comigo este vídeo.  Mas de 2012 para cá foram 4 anos: amores que não deram certo, quase o término de uma graduação e muito replay na voz do Dave - que começa, então, a trabalhar em um novo álbum. Lindo! Novidade! Que legal! E... pá! Sai em turnê com datas pela Europa e América do Norte! Por um momento, eu pensei que era rica. Quando cai em mim, estava analisando os preços das passagens: quem sabe o dinheiro que eu receberia do reembolso do Congresso que fui neste mês conseguiria bancar este meu sonho? Às vezes a gente viaja assim, mesmo. Quem é fã entende. Na nossa cabeça é tudo tão fácil e, porque a gente sabe que seria tão bom, a gente vai atrás mesmo quando sabemos que não é fácil ou sequer possível. Mas 2015 não quis deixar de surpreender e começaram os boatos sobre a América do Sul. Cada vez mais forte, até que as fontes confiáveis de fãs confiáveis fez aquilo que quem é fã entende: o coração feliz, quente, sorrindo, pulando. Eu me sinto nas nuvens. Eu nunca gostei tanto de entrar no Facebook: vemos lá outros apaixonados que nem a gente comemorando, sonhando, surtando. Quem é fã entende. Cada novidade um sorriso a mais - no rosto e no desenho da alma. Cada música é escutada de forma diferente. Nossas lágrimas são de amor e somos julgados insanos, mas... quem é fã entende. Se ele não espera, vai perceber: não há país melhor para sentir amor.  Quem é fã entende, mas quem é brasileiro sente. A gente não vai só assistir a este show, nós vamos todos trocar as energias mais belas que circulam por este Universo, vamos, juntos, cantar, se emocionar, chorar, gravar na memória, realizar sonhos. Ele vai sentir isso, porque se tem uma coisa em que somos bons é em transmitir energia. Ele não vai se arrepender, pelo contrário: do jeito que sentíamos que precisávamos mostrar que o queríamos aqui, sinto que esta passagem dele em nossas terras tupiniquins será a mais intensa de sua vida. E já está sendo a mais intensa da nossa.

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