sábado, 14 de dezembro de 2013

F in heaven

Would you know my name if I saw you in heaven? É o Eric Clapton neste sábado a noite me fazendo questionar sobre paraísos. Se realmente existe (e eu quero acreditar que exista, pois não gosto nem um pouco da ideia de tudo isso ser em vão, todas as banalidades, os grandes feitos, as emoções, os processos genéticos e moleculares) eu tenho uma certeza dentro de mim que gostaria de encontrar certas pessoas. Ter uma certa vontade de, caso exista um paraíso, encontrar uma certa pessoa daqui há algum tempo (e, quem sabe, eternamente) é um sinal de que não superei? Mas o fato de eu não chorar mais, não me magoar, não fumar, não o procurar, não demonstra que consegui ser forte para aguentar que simplesmente não deu certo? Se eu contasse isso para qualquer outra pessoa, seja uma amiga, ou amigo, minha irmã ou minha mãe, certamente me diriam que ainda estou apaixonada por ele. Mas não estou: apenas o quero bem, apenas quero que seja feliz em São Paulo e Sorocaba, na escola e no bar, com cabelos loiros ou morenos, sem mim, mas com alguém que o faça bem. Apenas torço (muito) para que ele siga cada vez mais forte, "cada vez mais belo, cada vez mais velho, cada vez mais". E apenas gostaria de vê-lo em algum tipo de paraíso - gosto mais ainda de pensar que existe um paraíso, pelas chances de reencontrar pessoas, ou simplesmente não perdê-las. Há pessoas que passam na sua vida que simplesmente você não quer deixar que se afastem de você, de alguma forma elas te transmitem coisas maravilhosas, te fazem sentir muito bem. E esse negócio de me afastar e ter que superar e sumir da vida dele porque simplesmente a minha presença não faz diferença na dele é só mais um orgulho besta e uma forma de me proteger (necessária para superar e esquecer). Mas nunca, nunca foi o que eu realmente quis. E parece que nunca vai ser. É só por aqui. Queria ficar longe e ter que me ausentar e distanciar apenas nesta vida, apenas neste mundo. Ao ouvir a música do Eric Clapton, me veio a mente toda essa situação: eu, ele, nunca mais. Nunca mais ver. Esquecimento. E se ele esquecesse meu nome? Por isso, mais uma vontade de acreditar em um paraíso. Vontade de encontrá-lo em outra vida, em outro mundo, sem (res)sentimentos. Talvez seja só isso, não é paixão. Ou talvez seja. Ou talvez eu nunca estive apaixonada, eu sou apaixonada. Eu sempre fui, só bastou o primeiro olhar para reconhecer isso. Caralho, é verdade?! E se, na verdade, não acontece que nos apaixonamos com o tempo pelas pessoas mas sim sempre somos apaixonados por elas, mas só percebemos isso quando elas, ao passar do tempo, começam a demonstrar/ proporcionar/fazer coisas que nos agrade e nos leve ao descobrimento dessa paixão, que - retomando - sempre esteve ali? A gente só descobre. A ficha cai. A ficha cai de que somos apaixonados por alguém, não "estamos". Não é algo que passa.
Este blog está quase rindo da minha cara.
Mas promessa de ano novo: esta é a última vez que escrevo dele.