domingo, 5 de dezembro de 2010

Odeio.

Odeio sua hipocrisia, odeio suas mentiras, odeio sua máscara, odeio sua farsa. Odeio sua personalidade mal definida, sua história escondida.
Odeio creer em você, apostar em você, defender você, depois ver na minha frente como eu estava errada nos meus conceitos e como você é podre.
Odeio pensar em você, odeio lembrar de cada mínimo detalhe, cada pequeno momento.
Odeio lembrar de quando te abracei, quando você me beijou, quando minha mão estendi e ela você apertou.
Odeio saber qual o seu perfume e sempre que o sinto lembrar de você. Odeio saber que você sabe o meu.
Odeio quando penso no seu sorriso, e pior, quando sorrio com isso. Odeio pensar até na sua mão ter a louca necessidade de tocá-la.
Odeio me encantar pelos seus dentes e não ter vergonha de falar que nunca desejei tanto na minha vida querer beijar alguém, e só este alguém.
Odeio não pensar em mais ninguém além de você e quando pensar não ter a menor graça.
Odeio sua pele, odeio seus braços, seu corpo, sua sobrancelhas, seu nariz e os traços de seu rosto; em especial aqueles que já decorei.
Odeio seus olhos, odeio não parar de olhar e admirar eles. Odeio quando eles brilham, e ainda mais quando os meus brilham por isso. Odeio cada pigmento de luz do seu olhar, seus cílios e sua malícia escondida na inocência que não sei se existe ou se eu que a criei...
Odeio ter decorado o número do seu celular, odeio ter coragem para te ligar, odeio não conseguir esquecer aqueles números, odeio continuar a discar.
Odeio tremer e não conseguir dizer seu nome, odeio ouvir sua voz e me sentir bem.
Odeio a necessidade imbecil de uma foto ou um som seu.
Odeio ouvir músicas e pensar em você, odeio ver a nossa foto e pensar em você. Odeio assistir filmes e pensar em você... odeio pensar em você!
Odeio, ainda mais, não conseguir, além de ter a consciência disso tudo, te odiar!
Além de ser capaz de entender como você não é o que eu acho, além de saber que você é mais embalagem do que conteúdo... Além de saber que eu me enganei e muitas das suas qualidades fui eu que inventei, não consigo te odiar, às vezes o máximo é me odiar.
E quando, por fim, consigo começar, incrível como inexplicavelmente continuo a te amar.
Não entendo. Não entendo porque me importo, seja o fato de você não me dar a quantia exata de atenção que eu precisava ou o fato de você não me ligar quando eu esperava.
Não entendo porque me importo quando você não está por perto e porque o sinto mesmo longe.
Mas quando penso em todo esse ódio, me odeio pelo simples fato de não conseguir te odiar.
Não consigo entender porque além de não desistir de tentar te odiar, eu mesma insista em te amar.


(Ano de 2009 - Parceria com Natasha Valente)

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