sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Críticas superficiais.

Se você cantar bem alto a música mais pedida da rádio, você é só mais um, e poucos criticam. É normal. Se você comentar que está ouvindo uma música não necessariamente da moda, mas de um cantor que não seja encaixado em um padrão "cultura mil", tudo bem, não vão falar nada. Mas experimente falar aos ventos que está delirando com uma música do Tom Jobim, dos Beatles ou Chico Buarque. Pessoas com pouca maturidade te atacariam de primeira, não se conformariam com isso, seria um absurdo, não é normal, você... você só quer fingir ser algo! Você pedir a um amigo que toque All My Loving no violão é querer mostrar para todo mundo que é culto por gostar de Beatles, mas ninguém fala nada se você cantou junto Taylor Swift. Experimente comentar sobre algum filme romântico, de preferência os mais clichês possíveis. Outro dia, comente sobre um filme histórico, de preferência aqueles comentados pelos intelectuais extremos. Você verá a diferença entre pessoas que sabem apreciar o bom gosto e lidam com isso de uma forma natural e até empolgante, com aquelas que sabem que estão longe de uma certa maturidade, seja intelectual, músical ou pscicológica mesmo, e acabam lidando com isso na forma de criticar tudo e qualquer coisa. Será toda essa revolta resultado de uma simples fome de cultura? Inveja? Será que as pessoas não podem criticar o que querem, elogiarem ou destruirem com argumentos válidos e serem levadas a sério e não terem que aguentar certos pseudo-críticos? Mas vão crescer. Esses revoltados vão amadurecer. Eu espero, sim, espero. Vão ler mais, observar mais, espero. E substituirão esse senso comum medíocre por um crítico válido e poderão enfim ouvir algo do tipo "Quero um CD do Hermeto Pascoal" e reagirem naturalmente, sem querer atacar, de um jeito que não fariam se ouvissem o mesmo mas sobre um cantor mais conhecido popularmente.

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