segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Completo.

Você não me completa hoje com beijos e abraços, carícias e sons da sua boca ou do seu andar. Mas me completa com uma palavra, uma saudade, um medo. Este vento bravo que bate friamente em meus braços, acompanhado por pequenas frias gotas de água de uma chuva envergonhada pelo céu colorido enfeitado com trovões suspensos e raios brilhantemente fugazes; esta música que me conforta a alma e esquenta o que há dentro, as esperanças e as alucinações, esta vontade de te ligar, este medo de te largar, este sorriso torto ao lembrar que você adorou o fato de eu te confrontar; isso tudo me completa, hoje. O laranja fundido com os diferentes tons de azul no céu de final de tarde, o cheiro de grama e terra e fim de ano, a música do Cat Stevens, meu cenário caseiro inspirador preferido, a raridade de eu não me incomodar com o barulho de uma moto, o pisca pisca de natal e as luzes dos carros. É dezembro, é final. Ou um novo começo. Depende de como você vê. Mas fica incompleto quando o céu escurece, as luzes apagam, a música acaba, a cidade dorme. Aí sim preciso de você, de surpresa e de sorriso autêntico. De cola no meu corpo.

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