domingo, 5 de setembro de 2010

Pior é.

Eu pensei que estava pronta, que eu fosse mais forte. Eu acreditava fielmente em que um não conclusivo doesse menos do que a incerteza. Agora, depois de ter me arriscado, vejo a partir da dor que me enganei. Talvez o conformismo não seria a pior escolha. Pior é ver todas as suas esperanças serem despedaçadas. Pior é pensar que tudo o que você viveu foi uma mentira. Pior é não ter mais razões para acreditar. Pior é essa sensação de que lhe falta chão, essa sensação de dor flutuante. Pior é essa dificuldade para respirar, a vontade constante de chorar e a fraqueza para liberar as lágrimas. Pior é essa imagem da pessoa que você mais ama, se importa e te machuca, não sair da sua memória. Pior é fechar os olhos e lembrar; pior é fechar os olhos com mais força e continuar a lembrar; pior é entrar em desespero, tentar forçar qualquer outra lembrança, das mais banais para as mais válidas, só para afastar aquela imagem, e ela continuar a aparecer. Pior é não conseguir parar de tremer, não conseguir mudar de expressão facial, demonstrando assim sua fraqueza para todos, deixando transparecer tudo que te incomoda, arrasa e rasga cada parte de dentro de você, até as mais profundas, através dessa incapacidade de forçar, sequer fingir, um sorriso. Pior é não conseguir aumentar o tom de voz, não querer sair da cama, pois não há forças nem para isso. Pior ainda, é não saber se você devia mesmo ter deixado a sua impulsividade te dominar. Pior é o pensamento insistente de: "Perdi o controle? Fui longe demais? É melhor assim?" E pior é aquela maldita esperança de ainda poder dar certo; aquela voz dentro de você que não se cansa de lhe informar sobre possibilidades e fazer você acreditar em ilusões - mais uma vez. Pior é, depois de ouvir um não, acreditar que agora, depois da descoberta, pode-se abrir um caminho para um futuro sim. Pior é ter arriscado tão perigosamente para acabar com uma dúvida sofredora, e essa dúvida não morrer, continuar ali. Em coma.

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