sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Me cobri.

Decidi não pensar mais. Atendi o telefone. Mudei o pensamento. Vi uma foto antiga sua. Voltei ao pensamento. Li Machado de Assis. Li sobre a revolução de 1930. Li sobre Vargas. O rádio estava ligado. Começou a tocar uma música que, excepcionalmente - ou banalmente, me lembra você. Senti frio, um certo medo, insegurança. Puxei o edredom. Fora do quarto, 40º graus. Me cobri. Peguei a caneta, uma página do caderno mais próximo, e fiz o de costume: comecei a escrever. A música acabou, e ao mesmo tempo me descobri do edredom. Não me vinha mais aquela tristeza ao pensar que fiz tudo errado e me arrependo. Só me vinha o querer de saber de você. Está bem? Está dormindo, agora? Provavelmente, não está pensando em mim. Tocou outra música. Uma das daquele CD. Você acredita em auréola? Peguei o celular. Apertei play no vídeo que te filmei. Sorri na parte em que você mexe a cabeça para a esquerda. É tão gracioso! Eu acho. Outra música. Esta, fala de detalhes. Enquanto eu reparando em seus braços e na sua blusa azul clara. O tom da música combina com a imagem. Pensar em você, e escrever, de novo, não combina com o horário e com os meus compromissos para amanhã cedo.
"Se o homem já pisou na lua, como ainda não tenho o seu endereço?"
Aumentei o volume. Desliguei o celular. Desliguei o rádio.

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