terça-feira, 3 de maio de 2011

Gostar do quê?

Um dia me perguntaram do que eu mais gostei em você. Não soube responder devido ter sido tantas coisas que me fascinaram de uma só vez. Se foram seus olhos transparentes de calmaria, seu sorriso de inocente malícia, seus gostos pesados ou voz serena, versos soltos, atenção que prende... Sei que foi seu jeito, seu externo e interno. Sei que foi a parte difícil de dar certo, também. Sei que foi o desafio que seria. Sei que foi pelo amor que você transmitia sentir pelas coisas, pelas músicas, pelas ideologias, pelas pessoas, pela vida. Sei que gostei muito do clima, mesmo quando não havia um. Sei que, antes mesmo de haver contato, gostei da ideia da aproximação. Sei que gostei de tanta coisa que só encontrava em você, palavras suas; gostei do encaixe. E te falei que gostei de você. E que fique bem claro e definido que é gostar. Menor e diferente de amar. Não sei se foi paixão, se foi uma coisinha boba ou uma coisinha considerável. Sei que foi uma coisa, porque não há outra palavra. Uma coisa que me fazia cócegas e embrulhava estômago, embrulhava ideias, embrulhava o sono. Uma coisa que me fazia duvidar, me fazia correr contra o tempo, aceitar qualquer solicitação, uma vez que me viasse até você. Hoje, às vezes volto a me perguntar o que gosto em você. Não na mesma intensidade, talvez devido ao tempo, às suas novas palavras ou meu próprio amadurecimento. Mas ainda gosto. Daquele homem do abraço forte, do contato íntimo, da risada gostosa e sorriso íntimo, aquecedor, que derrete a boba, que fortifica as boas vibrações - por ter poder de positividade. Ainda gosto, sem especificar forma ou intensidade, banalizar a palavra ou romantizar sem pudor: ainda gosto e considero, quero bem; vez ou outra até quero aqui do meu lado. Gosto do jeito excepcional, do brilho novo, da ligação que ainda existe, ainda que não mais petrificada.

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