quinta-feira, 26 de maio de 2011

Medo de haver restos.

Eu guardo um medo escondido e até meio que subentendido de você ser realmente um tipo de feitiço sem forças externas mas fortemente unificado em mim... um medo de simultâneamente um suspiro soltar, um olhar ferver, em alguma oportunidade eu me entregar. Medo bobo e secreto, de ainda haver resto de você aqui; massacrado, rasgado, sujo e mal-tratado, mas permanente.
Mesmo no começo do sentimento, aceitava que talvez podia ser loucura. Invenção minha, de olhares, toques e intenções. Agora posso assegurar que não foi. Ainda que talvez, e bem talvez, resta algo de você ou por você em mim, acontece que eu superei; e posso afirmar que não foi neurose. Ou qualquer tipo ou porcentagem de delírio.
Mas esqueço, abandono. Afinal, não importa mais. Seria interessante saber por você, como você via as coisas acontecerem, como você me via. Mas provavelmente isso nunca acontecerá. Indecifrável, complexo, confuso. Certamente vou continuar assim. Tudo foi abandonado e continuará abandonado, sem eu saber por sua perspectiva; se sentia medo, se achava estranho, se deliciava-se ou se, realmente, quem sabe, nem suspeitava que existia algo real por trás de toda a armação disfarçada por obrigatoriedade.

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