quarta-feira, 27 de abril de 2011

Duas músicas de antes.

Mas é incrível esse rádio, que toca nossa música justamente na hora em que decido fechar o caderno, fechar a cabeça, me fechar e deixar você do lado de fora. Toca essa música que me lembra de quando nem tínhamos chegado a ser. Amigos, compartilhadores do mesmo momento, de uma conversa, de um beijo. Quer saber? Vou fechar o caderno e me fechar e te deixar do lado de fora. Nem vou continuar a escrever, porque já está doendo. Acredita? Agora me toca a música que tocou enquanto compartilhávamos... deixa quieto, nem vou poetizar; enquanto nos beijávamos. Você nem deve lembrar qual era, mas acho que lembra da encenação tão bonitinha que fez, fingindo brigar comigo, imitando meu jeito de ser, bravinho por eu reparar na música enquanto nos beijávamos. De um jeito tão pertubadoramente doce, uma bravura provocante com sorriso malicioso e dedos entre meus cabelos, olhar fixo no meu e corpo se aproximando, movimentos dóceis em um clima totalmente exodérmico. Quero tanto de novo provar seu gosto, saborear seu jeito, provar seu sorriso, saborear de novo todas aquelas sensações que eu adotei, de madrugada, em outubro, em janeiro, na transição de ano, no celular, no silêncio, na viagem, no banco, no bar, no passado.

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