sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sem extremos, sem graça.

Que saudade das complicações. Daquele vazio preenchido. Daquele frio que aquecia todas minhas partes. Que saudade de todos os momentos, que eram tão naturais, tão verdadeiros. A mudança vai além de um ambiente, de um número, de uma frequência, de pessoas... a mudança está no tempo, nas lembranças, nas histórias. Não há mais tanto calor nas pessoas, não há mais tanta vontade de sorriros autênticos, não há mais desejos sinceros. Há uma diferença, que não supera. É irônico, era para este ser daquele estilo. Mas também depende de seus interesses, acho. Acho não, sei. Sei que depende, varia de acordo com cada mente... chega um ponto que as diferenças se encontram, colidem, e não adianta mais fugir pro colo amigo, esconder-se na coberta que abriga todos que você ama. No ponto que chega das decisões finais e do reflexo de quem é você, o que você quer, o que você quer depois, o que você gosta, o que você acredita, o que você não quer por perto... não é como antes, que você sabia, mas não importava as diferenças tão por perto. Pra não ficar tão complexo, eu digo: se eu gosto de muitas maçãs, mas gosto mesmo, mas há alguém que ache graça em cortar maçãs, vou acabar me afastando dessa pessoa, mesmo que sem propósito para fazer. Acontece que eu não vou querer vê-la cortando as maçãs. E vou evitar falar de maçãs, e evitar vê-la com as dela. Como sempre, com suposições suspeitamente malucas. Mas é o que acontece. Com sentimentos, por exemplo. Não quero ninguém perto de mim, com facas, cortando sentimentos. Sejam minhas maçãs, ou de qualquer outra pessoa. E assim acontece com a gente. Com o futuro, com nossas ideologias, com nossas per-so-na-li-da-des. Está tudo tão confuso, em uma época que não facilita nada, também. Ah, continuo achando o ano anterior o ano com mais paranóias minhas, tirando 2006 da jogada. Continuo sentindo saudade de coisas que aprendi e momentos que vivi, mas ainda sem entender como que aconteceu. Talvez essa tenha sido a graça... tudo ter acontecido de uma forma que eu não entendi. Mas acabou, não importa mais, eu podia entender agora, né? Ainda devo isso para aquela dona do poço de lágrimas e da poça de chuva fria vinda de dentro, do mais interno e irreconhecível. Devo à ela uma explicação, pra ela não achar que era loucura. Mas que saudade do vento, das luzes, das turbulências, dos risos, do extremo. Anda meio sem graça, por aqui... Considero o que dizem, gosto mesmo de escrever uma novela mexicana para a minha vida.

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