quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Meu papel te rejeita.

Preguiça de pressionar a caneta sobre o inocente papel. Agora, escrever de você é como se machucasse cada página, como se pusesse sobre cada linha um peso gigante, que causa feridas profundas, capazes de incapacitar o futuro reciclamento. Sinto como se as folhas me falassem que você não é digno de estar ali, em cada simetria dos meus versos. Como se avisassem para eu mudar os pretéritos, os donos dos sentimentos que esbojo a cada rascunho.
Agora não são mais meus amigos ou parentes que me alertam. É a escrita, que me conhece mais profundamente do que meu próprio encéfalo. É o papel, meu maior confidente e melhor amigo. É o meu incentivo para a escrita, a minha impulsividade diante da expressão por via das palavras, meu mais seguro refúgio. É onde me encontro que sinto ter que te perder.

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