sábado, 30 de março de 2013

Trocar o inútil pelo necessário

Eu queria estar fazendo outras coisas, as minhas coisas. Eu tinha que estar fazendo essas coisas. As datas estão marcadas e eu tenho que fazer mil coisas, mas como continuar essas coisas quando se tem uma sacada da sua cidade te chamando para observar o céu e o movimento e sentir o cheiro daquele lugar e fazer com que você se sinta em casa? Uma sacada que te convoca pra pensar - e até sofrer. A música continua tocando e A-ha energiza a sua casa, te fazendo lembrar de beijos, vontades, desejos. Não dá para se focar num raciocínio de um autor que você precisa entender - para a sua prova daqui um mês e para sua formação profissional - quando se tem as fotografias mentais das pernas entrelaçadas sob um edredom com cheiro e um tipo de descarga saindo do seu corpo querendo te impulsar para o toque mais sensível e profundo que você já recebeu. É difícil permanecer no padrão e seguir as regras, as únicas condições que você tem que, realmente, seguir, quando tudo que você pensa que quer é largar tudo e transar ouvindo Led Zeppelin. Chega de vinhos, poemas do velho safado, solos orgásticos de grandes guitarristas e lembranças de uma noite de verão qualquer, chega de querer reviver tudo ainda com mais intensidade, chega de querer doar seu corpo e sua intimidade. Vamos trocar esses instintos sacanas para referências bibliográficas e artigos científicos. Pelo menos, é isso que deveria acontecer. Enquanto tento, espero que funcione até a data da viagem na qual nos encontraremos, pois se nada adiantar, além de DP, vou pegar você e uma grande recaída, com direito a ataque e despir suas roupas e máscaras.

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