terça-feira, 26 de abril de 2011

A jornalista.

O claro entrando pela janela e atravessando a porta por debaixo dela, a insônia combatendo-se com as substâncias do forte café puro. A jornalista que mudou de sonho mas se sente feliz, se sente confusa e culpada mas se sente feliz, na sua cadeira, com seus livros e óculos jogados no sofá, suspirando a manhã junto com uma folha e ideias pra montar. A jornalista tem medo de não ser por muito tempo, de se dispir dessa profissão um dia e olhar para trás com saudade do que deixou de pesquisar, das palavras que não pôde soltar. Mas está bem, feliz, vestida de preto, ouvindo Milton, tomando café. A jornalista não fecha a janela, deixa o claro entrar, mesmo que com insônia e a xícara já vazia.

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