sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

just because it burns doesn't mean you're gonna die

Pode demorar alguns dias. As semanas podem se transformar em meses de espera. Os meses podem virar as páginas do calendário pro próximo ano. Mas uma hora você percebe que sobreviveu. Nesse meio tempo, pode haver várias recaídas, vontade de chorar antes de dormir ouvindo playlist programada pra sofrer. Você pode acabar gastando sessões na terapia tentando entender, mesmo com a terapeuta dizendo que você nunca vai ter certeza sobre o ponto de vista do outro. Pode ter os bares, no meio da semana, pra te amenizar a dor. E seu sonho despertá-la na manhã seguinte, devido ao seu inconsciente não aprender muito rápido as coisas. Você pode se sentir bem durante vários dias de sol consecutivos, mas pode ser que feche o tempo numa quarta-feira e você só queira ouvir de novo aquela playlist programada pra sofrer. E tá tudo bem, você pode fazer isso, se sua alma gritar. A nossa alma é tão frágil, que não devemos reprimir suas necessidades. Pode ser que o seu plano de começar a semana se alimentando e se comportando bem consigo mesmo se desmanche, porque amanheceu um dia chuvoso e cinzento, então tudo que você vai querer é obviamente ouvir Rainy Days and Mondays. Pode ser que você se autosabote por um longo período de tempo, procurando o que você não quer achar, tentando conversar coisas que já foram conversadas, entre outras porções de coisas que te fazem mal e você sabe que te fazem mal e você tenta controlar mas quando percebe as continua fazendo. Pode ter aquele dia que você se olhe no espelho e não veja valor algum. Do mesmo jeito que pode ter o dia em que você se sente bem com uma roupa de sexta a noite e te param na rua só pra dar um elogio sincero da sua beleza e simpatia. Pode ser que você aceite sinceramente o elogio, ou que você ainda tenha a dolência de querer que tenha vindo de outra pessoa. Pode acontecer muita coisa durante esses dias, meses, ou ano. Mas depois que ocorre o momento de lucidez de que não está certo viver assim e que você precisa lutar pra que vença essa história de dores, você apenas precisa continuar tentando. E durante esse processo contínuo de tentativas, pode haver mais bares, mais dias chuvosos, mais uma ou outra vontade de chorar, mas é importante trabalhar no amor próprio para que se erga o maior escudo contra tudo que nos amortece devagar, cortando-nos por dentro como pequenos pedaços de vidro. Importante é inventar um jeito de se reinventar. E não permitir que esse sentimento moribundo e essas recaídas nos destruam, pois depois de alguns dias, semanas, meses... tudo que pesa passa, tudo que é vivo morre, tudo que é matéria se destrói, tudo que vivemos, dentre dores e amores, se perde no espaço/tempo e a gente percebe que, não é porque está queimando que significa que vamos morrer. Não morre, fortalece pras próximas fases da história dessa vida louca que devemos protagonizar como adultos. 

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