domingo, 21 de julho de 2013

1 x 0 pro México

É estranho pensar que às vezes o destino parece brincar com você de propósito, querendo te ver mesmo na merda, sofrer um pouquinho e rir da sua cara. Faz você conhecer alguém com o qual você simplesmente se identifica de tamanha forma que não consegue dormir até conseguir um beijo. Tudo começa quando essa pessoa passa, do outro lado da piscina, e seus olhos já olham de outra maneira. É atração física pura, pela barba, pelo cabelo, pelo sorriso, pelas roupas, pelo corpo: é o seu estilo de cara. É o tipo de cara que te faz apagar todos os outros rostos da festa, por mais atraentes que sejam, e por mais que você até beije outro rosto, porque afinal, não quer ir dormir sem matar um pouco da carência e do desejo, mas parece ser em vão quando só o outro te faz tremer de tesão. Então você perde as imposições de: ser delicada, ser discreta, esperar a atitude dele etc etc, e vai, e encara, e sorri, e senta do lado e conversa e senta na grama e conversa mais e troca metáforas e olha nos olhos e sente calor e compartilha tesão e rouba um beijo e é roubada por um beijo, por um olhar, por uma força de um corpo. Ainda não satisfeita, em vez de dormir às 5 e meia da manhã, sai para dar uma volta na chácara e, com aquele último a ir dormir, depois de várias cervejas, jabuticabas e cigarros, troca saliva e carícias. Você espera várias coisas: terminar na cama, uma pegada diferente, conversar mais, qualquer coisa menos que essa pessoa tenha outro alguém em outro país. Ok, até aí dá para imaginar que não é possível um relacionamento nessas condições, certo? Mas o maldito facebook existe e os amigos em comum bêbados em uma mesa de churrasco também, logo, descobre que a pessoa vem, possivelmente, para o Brasil no final do ano e eles terão um final feliz. Por que o destino tem que mostrar pessoas certas que não são certas, pessoas que são exatamente nosso tipo e que, realmente, e prioritariamente nos dão vontade de fazer e tocar e chupar e morder e se entregar mais que à outras que passam batido, quando nosso destino não são elas? Só mais um caso de verão, de uma noite e um dia mas que foi tão intenso que merecia um texto para eternizar. Só mais uma briga minha com o destino e as pessoas que este coloca para cruzarem comigo, em momentos inconvenientes principalmente. Uma pequena dose de raiva por sentir tanto desejo por um cara e ter que esquecer qualquer possibilidade de contato ou reaproximação ou reencontro ou conversas ou amizade ou ficadas longas ou até algo sério. Esquecer porque essa pessoa está apaixonada por outra, está esperando um voo especial e quem sabe daqui um ou alguns anos essa pessoa esteja casada? Parece que alguma coisa dentro de mim gosta das coisas mais complicadas, atrai o tipo mais enrolado de gente e meio que gosta de tomar na cara. Em vez de desistir logo de primeira, prefere investir em uma mísera chance, sem pensar em qualquer consequência. Está bem, destino, dessa vez eu deixo passar, até mesmo porque não tenho escolha. Mas você poderia ser um pouquinho mais legal comigo e colocar na minha vida alguém bacana que me faça sentir as mesmas coisas intensas e repentinas - e estranhas por se sentir em tão pouco tempo - e tão forte e tão difícil de abrir mão, que não seja meu professor, um canalha, um cara de uma cidade longe, um cara que esteja comendo uma grávida ou um cara que está em um relacionamento com uma mexicana. Não é pedir muito, é só pedir um cara possível. É tão difícil eu dar certo com alguém possível? Ou vai ser sempre esse roteiro de novela mexicana? Merda, essa última palavra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário