terça-feira, 22 de novembro de 2011

Temos nosso próprio tempo.

Aprendi a não desejar com tanta força que as coisas passem, que o tempo corra, que as vitórias cheguem logo, que os momentos criem asas. Aprendi, quando cinco horas de festa se transformaram em 50 minutos em uma metáfora e hipérbole justa ao que parecia, que cada momento é, realmente, único. Eu já sabia disso, mas não tinha aprendido. Aprendi que cada momento é digno de sua espera, até mesmo de suas expectativas. Cada momento tem seu tempo, por mais batido que possa parecer dizer isso. É simplesmente a mais crua verdade. É preciso esperar por cada coisa que te aguarda, cada comemoração, cada encontro, cada desafio. É preciso que nessa espera você saiba se deliciar com outros assuntos, outras visões, não só naquela expectativa. É preciso que nessa espera você continue vivendo e esperando. É preciso esperar. É preciso viver cada dia de cada vez, como se único, como se fosse o último. É preciso que, enquanto você espera pelo seus próximos 214 dias, você passe, no mínimo, 214 dias VIVENDO: não apenas esperando que eles passem, não vendo-os passar por você, não matando-os no tédio e na aparente infinita espera. Porque uma hora tal dia vai chegar, aqueles outros 200 e alguns vão ficar para trás e justo aquele dia que você tanto esperou, por mais especial que seja, por mais divino, vai acabar; também vai passar. E se você se perdeu tantos dias da sua vida na espera por um único, vai perceber que simplesmente rasgou e jogou no lixo vários da sua vida, como folhas de papel sem utilidade. E quando você perceber que a vida é uma só e que ela é extremamente curta e surpreendentemente fugaz, vai ser pior: vai se arrepender de não ter escolhido uma música diferente pra cada dia, uma loucura diferente para cometer, um amigo diferente pra abraçar e beijar. Não, não é possível que todos os dias de todos os anos da sua vida você escolha uma música, abrace um amigo, faça uma loucura. Mas cada dia que você perde sem coisas minúsculas, é MUITO. Logo, cada dia aproveitando de qualquer maneira possível, aquela que te favoreça no momento, já é o suficiente, pois já não estará deixando uma parte da sua vida em branco, estará vivendo, estará em ação. Contínua ação: isso eu considero fundamental ao passar dos nossos tempos.

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