domingo, 6 de novembro de 2011

Introdução.

Sempre dissera que sua vida parecia com uma novela mexicana. Nada de filmes adolescentes americanos. No-ve-la. Mexicana. Com direito e proveito de todo peculiar drama, exposto e sobreposto, escondido raramente, quase sempre escancarado. Carimbava todas suas experiências com tinta marcante: "isso é pra você aprender." Tudo acontecia de forma surpreendente, sem aviso prévio, e com um toque de doçura e ácida loucura, fazia sua novela. Na verdade, a deixava ser. Sem precisar pegar na caneta, contornava sua história, e borrava, pintava, amassava, rasurava, sujava, deixava cair mastigados, gotas de suor e de prazer, até beijava. Mas não jogava a folha fora.

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