domingo, 15 de agosto de 2010

E a ficção toma conta.

Não espero que todos os meus sonhos se realizem. E isso, creio que seja parte do mais doloroso.
Sonhar é bom, sonhar lhe permite sensações que, somente sonhando, és capaz de sentir. Sonhar é o primeiro passo para certos acontecimentos que, somente por sonhar, podem ser realizados. Errados são aqueles que transformam sonhos em utopias, em exageros ou em futilidades. O único ponto ruim de sonhar é quando tu perdes esse sonho, entrando nele. Quando não és mais um sonho, és sua realidade. Sim, tu vives em uma ficção. Pior que saber que estás preso em algo irreal, é não saber como seguir um caminho para sair dessa prisão; e se deves sair mesmo. Às vezes, não sentir vontade de acordar é melhor; evitamos dores físicas, e já nos acostumamos com as psicológicas. Uma vez ou outra, pensamos que o melhor para nós é trancarmos-nos na imaginação, na vontade e no desejo reprimido; pensamos tanto que nos trancamos, por fim. Desesperante é a dor da subida de consciência, acompanhada com uma forte confusão, à tua cabeça quando tu não encontras mais a chave, não? Somente quem já se atreveu a girar a chave sabe do que eu falo.
Quando falo desses sonhos, esqueça da futilidade. Não digo do subconciente tomando conta da sua mente enquanto dormes. Digo das vontades, dos planos, que muitas vezes acabam sendo acomodados, e não por sua falta de capacidade, pois tu sabes que és capaz, mas sim pelo teu medo. Teu medo de se arriscar a passar pela linha que separa o real do imaginário, e perder todos teus sonhos para uma cruel dose de verdade como consequência. Esse medo é comum aos sonhadores constantes. Mas não o tornes padrão em sua vida, aconselho; quanto mais comum, mais perto de se tornar necessário está. Sejas forte, diferentemente de como eu fui.

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