quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

As velhas rodelas rosadas.

Percebi hoje, depois de muito tempo sem vê-las, que realmente existem rodelas rosadas nos contornos dos ossos dos seus dedos. Não quero escrever sobre elas, já escrevi e já superei. Mas neste mesmo dia ouvi Djavan cantando "teus sinais me me confundem da cabeça aos pés mas por dentro eu te devoro, teu olhar não me diz exato quem tu és mas mesmo assim eu te devoro" e instantaneamente me atacou um instinto predador querendo te devorar. Não que eu tenha saído atrás de um telefone ou uma foto sua, nem mesmo pela mente viajando atrás de algumas lembranças ou qualquer coisa do tipo, apenas pensei na possibilidade de te devorar; e lembrei que já quis tanto isso, já esperei por um dia em que eu iria conseguir. Como meus olhos já te devoraram, acho que nenhum outro já te devorou e nunca irá. Não da mesma forma, não - com absoluta certeza - com a mesma intensidade. Não posso continuar escrevendo sobre isso, já disse que não voltaria a escrever nem sobre as rodelas dos seus dedos nem de músicas nem de pensamentos... às vezes volto a escrever porque ainda estou de certa forma presa naquele convívio contigo que não posso evitar, mas no máximo a partir da segunda semana de janeiro nunca mais te olharei, nunca mais te escreverei... A questão é:... não há questão. Hoje apenas comprovei que escrevi ano passado sobre rodelas realmente existentes, não sobre algo que fantasiei por estar cega de paixão. E ninguém vai reparar nelas como eu. Nota-las e admirá-las... muito menos escrever textos sobre elas. Como diz a Tati Bernardi, "Quem quer bancar a menina que escreve sobre suores e joelhos e cheiros?" No meu caso, rodelas rosadas nos ossos dos dedos, entre outras características também. "Eles são inseguros e querem uma garota normal, entende?" diz Tati, repito eu.

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